15.10.10

Entrevista com Mick Garris: 'Andando na Bala' e 'Saco de Ossos'.


O site Bookgasm publicou uma entrevista com Mick Garris, responsável por muitas adaptações de King como O Iluminado (The Shining - A versão de 1997), Desespero (Desperation), Andando na Bala (Riding the Bullet), dentre outras. Garris também é o responsável pela futura adaptação de Saco de Ossos (Bag of Bones).

Segue a tradução de uma parte da entrevista:

Bookgasm: Andando na Bala foi um projeto muito pessoal para você, devido à morte de entes queridos na época que o conto foi lançado. Após lê-lo, quanto tempo levou até você dizer: "Eu posso fazer algo com isso." Você sentiu isso como uma necessidade de tributo à essas pessoas, foi um tipo de experiência "purificadora", ou isso foi se formando ao longo do tempo?

Garris: Me ocorreu imediatamente enquanto eu lia o conto, como um grande soco emocional; eu achei que ele poderia ser um filme, mas com muito mais adicionado na história, que só tem 30 páginas. Eu tive meu irmão Craig e meu pai na minha mente quando escrevi o roteiro, que saiu em uma pressa de três semanas.
Quanto mais trabalhei nele, mais ele se tornou em algo sobre a minha família, minhas experiências, e morte em geral. Não era para ser algo catártico, mas acabou sendo. Assistindo o filme pela primeira vez, quando tinha acabado de ficar pronto, com uma audiência de 700 pessoas, com a minha mãe e irmã lá, foi muito emocional, muito mais do que qualquer coisa que eu fiz antes.

Bookgasm: Com todo respeito ao Sr. King, você fez Andando na Bala em algo único. O conto é muito bom, mas seu roteiro e direção fez dele uma experiência inteiramente nova. Embora, de algum jeito, pareça uma colaboração direta entre você e King, como se ele tivesse começado a frase, e você terminado-a. Você acha que parte disso veio de tanta experiência com os trabalhos dele, como as muitas adaptações que você fez - até agora, A Dança da Morte, O Iluminado, Sonâmbulos e A Maldição de Quicksilver? Em outras palavras, e colocando a experiência de vida de lado, o Mick Garris de 15 ou 20 anos atrás, teria conseguido fazer esse filme?

Garris: Bom, certamente teria sido bem diferente algumas décadas atrás, e provavelmente mais superficial. A morte aprofunda você quando é com alguém próximo. Quero dizer, não é para ser um filme artístico ou algo do tipo; é para ser um entretenimento que tem muito mais conexões emocionais que a maioria dos filmes de terror.
Mas mexeu comigo quando eu li o conto de Steve; parece que nós temos um pano de fundo bem similar, embora em costas diferentes [dos EUA]. Isso que me atraiu ao conto em primeiro lugar. Havia muito para adicionar, e eu achei que tinha bastante coisa para adicionar. Estou feliz que tenha sido bom para você. O filme foi um completo fracasso quando foi lançado.

Bookgasm: Pode nos dizer algo que os fãs devem esperar de você? Buick 8 (From a Buick 8) ou Saco de Ossos (Bag of Bones)?

Garris: Buick 8 parece ter batido em um bloqueio. É um tanto quanto diferente dos sequências/remakes de terror adolescentes que tem enchido nossos cinemas por um tempo, então levará um tempo antes que consígamos tirá-lo do chão. Mas quando fizermos, Tobe Hooper irá dirigir.

Mas Saco de Ossos parece que vai finalmente acontecer, como uma mini-série de quatro horas para a televisão. Tem um ótimo roteiro de Matt Venne; é o livro favorito de Matt, e dá pra perceber. Novamente, uma história de fantasmas muito emotiva e passional, que hoje em dia, não seria muito considerada um destaque. Nós tentamos por três anos.




Obviamente, Saco de Ossos não tem data marcada para estrear no Brasil, mas Andando na Bala foi lançado no Brasil sob o nome Montado na Bala.

Entrevista completa em inglês: Bookgasm

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