24.3.11

A Hora do Vampiro ('Salem's Lot) - Resenha



Em tempo de "vampiros" bonzinhos e que brilham ao sol, nada como ler um livro que utiliza os elementos clássicos de vampiros, como queimar no sol, por exemplo.

A Hora do Vampiro ('Salem's Lot) foi o segundo livro de Stephen King, publicado em 1975. O livro já foi adaptado duas vezes como minissérie (1979 e 2004), uma vez para as rádios inglesas (1995), além de já ter ganhado um prêmio. O próprio King considera esse um dos seus livros favoritos.

Sinopse:

Ben Mears, um escritor, decide voltar para a sua cidade natal: Jerusalem's Lot. A cidade, no interior do Estado do Maine (EUA) é pacata mas, sua única mansão, a Casa Marsten, esconde certos segredos horrendos que logo serão ressuscitados.

Segue uma breve resenha sobre o livro.

Resenha (contém spoilers):

Como em Under the Dome, mas em escala menor, o livro tem vários capítulos contextualizando a história, descrevendo as pessoas e o comportamento da cidade. Muitos leitores podem não gostar desse tipo de contextualização que, às vezes, envolve detalhes demais. Na minha opinião esse tipo de detalhismo é essencial para o leitor vivenciar a história e "se acostumar" com o lugar e seus habitantes.
Sendo o segundo livro de King, já notamos muita diferença em relação à Carrie. O livro é menos direto, tem mais mistérios e já lembra bastante o que define o "estilo King" de escrever. A Casa Marsten é o primeiro contato de King com uma mansão assombrada, tema recorrente em histórias de terror, e ele a descreve com maestria.
Quanto aos vilões, os vampiros, não há muito a se falar: são vampiros clássicos, enraizados no mal, e o mito segue de acordo com as lendas originais européias. Barlow, o "vampiro-chefe", uma espécie de conde, deixaria qualquer Edward Cullen chorando. Até mesmo Straker, assistente humano de Barlow, seria capaz de tal feito.
A tradução da Editora Objetiva para o nome do livro nunca me agradou, mas o que agrada menos ainda é traduzir a palavra undead para desmorto ao invés de morto-vivo. Apesar disso o resto da tradução é aceitável o suficiente para não incomodar a leitura.
A Hora do Vampiro entra facilmente para a história como um dos maiores clássicos de Stephen King.



Sequências:

King planejava escrever uma sequência para o livro, mas essa continuação acabou vindo em A Torre Negra (V, VI e, muito pouco, no VII) tendo o Padre Donald Callahan como "interligação" entre as histórias. O conto A Saideira (One for the Road) do livro Sombras da Noite (Night Shift) também é um tipo de sequência para o livro, tendo como terreno as redondezas de Jerusalem's Lot. Também do mesmo livro, o conto Jerusalem's Lot lida com a história da cidade e o mal presente nela e, sobretudo, na Casa Marsten.

Um comentário:

MRVentura disse...

Já li vários livros do King e esse foi o que eu menos gostei. Acredito que pelo que vc disse: o título! Não que não agrada, mas acaba com o mistério. Era pra começar a ler sem saber do que se tratava e aí o título já diz que é um livro de vampiro. O livro é ótimo, mas eu queria ter feito a descoberta do que se tratava sozinha